Durante cinco anos agrícolas, foi conduzido ensaio permanente de calagem e adubação potássica com o algodoeiro em Latossolo Roxo, ácido, no município de Guaíra (SP) com 2,4% de matéria orgânica (M.O.), 5,1 de índice pH (em água); 0,4, 0,8 e 0,3meq/100cm³ de terra fina seca ao ar (T.F.S.A.) respectivamente de Al3+, Ca2+ e Mg2+, e 38 e 2µg/ml de K e P. Em esquema de parcelas subdivididas, o calcário dolomítico (com poder relativo de neutralização total, PRNT, de 51,8%) foi incorporado às parcelas nas doses de 0, 2, 4 e 6t/ha, no primeiro ano. O potássio foi aplicado anualmente, nas doses de 0, 50, 100 e 150kg/ha de K2O na forma de cloreto. A adubação básica constou de 100kg/ha de P2O5 e 50-60kg/ha de N, conforme o ano. Na ausência de potássio, o efeito da calagem sobre a produção do algodoeiro foi de natureza quadrática, enquanto na presença de dose adequada do nutriente (100kg/ha de K2O) foi sempre linear. Em contrapartida, a reação das plantas a potássio foi mais acentuada na presença de calcário, confirmando a importância de considerar o equilíbrio de bases no critério de recomendação de adubo potássico para o algodoeiro. Na dose mais adequada, a calagem elevou consideravelmente o nível de (Ca2+ + Mg2+) e o pH da camada arável do solo, sendo observada uma estreita correlação positiva da produtividade com as citadas características. O índice pH manteve-se, após o terceiro ano, na faixa de 5,8-6,0. Devido ao baixo teor original de Al3+ e ao excelente efeito da calagem, teria sido determinada uma subdosagem caso fosse adotado o critério de recomendação de corretivo visando apenas neutralizar o Al livre do solo. Com referência à análise química do limbo foliar, a calagem contribuiu para aumentar as concentrações de Ca e de Mg e para diminuir as de K e Mn. Com a aplicação de cloreto de potássio, observou-se exatamente o inverso. Além disso, aumentou de forma sensível a concentração de Cl. Em função da estreita correlação da produtividade com o Cl das folhas, aventou-se a hipótese de toxicidade do nutriente na dose máxima de cloreto de potássio.
Am inadequate potassium fertilization for the cotton crop may limit, eventually, the effect of liming in the correction of the acidity of certain soils, due to the unbalance of bases. With the purpose of clearing up this problem, a field experiment with lime and potassium applications was conducted on a Dystrophic Dusky Red Latosol. During five following years, a linear effect of dolomitic limestone (2, 4 and 6t/ha) upon cotton yield was noted, in the presence of adequate potassium fertilization; without potassium, liming effect was quadratic. At the highest liming, the level of soil pH increased from 5.1 to 5.8-6.0 and soil calcium plus magnesium content from 1.1 to 3.0-3.2meq/100cm³ soil. Cotton yield was highly correlated with pH as well as with soil Ca2+ + Mg2+ content. Ca and Mg concentrations in the leaf blade increased with liming, while those of K and Mm decreased. The effect of potassium fertilization (50, 100 and 150kg/ha of K2O) on cotton yield was quadratic and maximum at the highest liming level. It was observed that leaf Ca and Mg concentrations decreased with fertilization, while leaf K, Mm and Cl concentrations increased. Cotton yield was significantly correlated with leaf Cl concentration. It seems possible that, at high potassium chloride levels, chlorine toxicity may occur in the plants.